quinta-feira, 19 de março de 2009

quarta-feira, 18 de março de 2009

Rua Augusta

11a Turma AU UFU

Dois brasileiros e uma francesa? Um francês e duas brasileiras? Um francês e dois brasileiros? Sei lá... Valeu a viagem, valeu a experiência, valeram os risos.

Auditório do Ibirapuera


No porção do volume onde a cobertura encosta o solo, o foyer. Aqui, obra de Tomie Ohtake.

Auditório do Ibirapuera

Com seus 7 mil metros quadrados de área, o auditório do Ibirapuera foi o único entre os principais edifícios do plano original que não havia sido construído. Depois de várias tentativas frustradas, finalmente foi executado, apesar de não seguir o projeto original.

Depois desta...

Entendam como construtivas todas as críticas que fiz, faço ou farei a respeito deste "coleguinha" de sala.

“Arquitetura Nova”

"Não querendo copiar o que na Europa está se fazendo, inspirado pelo encanto das paisagens brasileiras, tentei criar um caráter de arquitetura que se adaptasse a esta região, ao clima e também às antigas tradições desta terra. Ao lado de linhas retas, nítidas, verticais e horizontais, que constituem, em forma de cubos e planos, o principal elemento da arquitetura moderna, fiz uso das tão decorativas e características telhas coloniais e creio que consegui idear uma casa muito brasileira, pela sua perfeita adaptação ao ambiente."

Gregori Warchavchic, 1928.

Jardim Modernista, Mina Klabin

O jardim de flora nativa e caráter tropical deu à residência um aspecto de Brasil.

Casa Modernista, Warchavchik

Como adentra a luz em determinado ponto. Efeito estético, funcional, não disposto de maneira arbitrária. O brincar de iluminar talvez. O abandono ao decorativo por si mesmo, o engajar em projetar para morar, MORAR

Casa Modernista, Warchavchik

O jardim, eventualmente também considerado o primeiro projeto paisagístico moderno do país, foi projetado por Mina Klabin - esposa de Warchavchik - e faz parte hoje do conjunto tombado pelo IPHAN.

Casa Modernista, Warchavchik

Volta ao passado, a casa recém construída deu espaço à racionalidade, ao conforto, à utilidade, à uma boa ventilação e iluminação. Polêmica, é claro, driblou até as restrições urbanísticas da época. No projeto, Warchavchik procurou resolver, de maneira mais estética possível, a questão econômica e funcional. Ao contrário do tradicional, eliminou corredores com a finalidade de obter mais espaço. Uma planta-baixa pequena, simples e econômica mudou a concepção de muitos a respeito da arquitetura moderna e passou a ser referência.

SÃO PAULO, guia de arquitetura contemporânea

De novembro pra cá, muitas das obras que visitamos em São Paulo estão documentadas apenas em fotos e croquis, salvo algumas notas que, confesso e peço N desculpas à Professora Bia, não estão nada boas. O que gravei das explicações se perdeu um pouco no período de férias. Diante da oportunidade das oportunidades que a Bia Modernista me concedeu, resolvi circular por entre as estantes da biblioteca e encontrei tal livro, que muuuito contribuiu para que eu escrevesse acerca da maioria dos edifícios aqui no Blog documentados. Pra quem deseja se aprofundar um pouquinho mais, aqui vai minha indicação. Fernando Serapião, autor do livro, formou-se em arquitetura no Mackenzie em 1996 e é editor executivo da revista Projeto Design.

Casinha de Artigas

A casinha aboliu a implantação, o tratamento das fachadas e a distribuição interna - A casa foi implantada em 45º no terreno de maneira a desfazer qualquer tipo de hierarquia entre fachada principal, frente e fundo. O gabarito me parece o próprio Artigas, que via no projeto uma forma de abolir os valores e padrões da sociedade paulista. Ainda que sua importância seja relativamente pequena, quando comparada a outros projetos posteriores, faz-se importante por evidenciar um momento crítico interessante em sua obra.

Casinha de Artigas



“A casinha é de 1942. Foi um rompimento formal meio grande. A partir dela, foi à primeira vez que fiz e tive coragem de fazer porque era para mim, me libertei inteiramente das formas que vinham vindo. Libertei-me da planta porque a cozinha passou a se integrar na sala. Marcou uma nova fase em todo tratamento volumétrico daquilo que podia se chamar fachada, porque a fachada desapareceu”.


ARTIGAS, João Batista Vilanova. Vilanova Artigas: arquitetos brasileiros. São Paulo, Instituto Lina Bo e P. M. Bardi / Fundação Vilanova Artigas, 1977, p. 36.

Museu Brasileiro da Escultura

Já diziam meus avós que, esmola por demais, desconfia o santo. Aqui os R$ 2,00 oferecidos pelo Ednei subvertem tal ditado. Talvez minha teoria explique a função do vidro em uma escultura de cerâmica num museu de concreto.

Museu Brasileiro da Escultura

O concreto, presente senão em todos os elementos da arquitetura do museu, não se isola da paisagem. A dimensão do espaço permite exposições ao ar livre, onde a vegetação estabelece com os objetos ali expostos um encontro ímpar . Não fosse o gradil, duramente criticado, a urbe "tiraria uma casquinha" dessa relação.

Museu Brasileiro da Escultura

O lugar, o não lugar. O grande pórtico, com 60 metros de vão, nada mais é do que uma intenção da arquitetura de "marcar presença", já que o programa estabelecido para o museu se encontra em sua maior parte no subsolo. As formas puras e racionais subvertem a noção de lugar-comum e a planta conversa com a forma do terreno. Interessante saber que o museu nasceu da iniciativa dos moradores do bairro, pertencente a uma zona residencial, para evitar ali a instalação de um centro de compras.

Centro Cultural São Paulo

Centro Cultural São Paulo


Legal notar a utilização de estrutura mista, de concreto armado e aço. Os pilares metálicos dividem-se em quatro partes, separando-se ao chegar próximo às vigas. Já as vigas possuem a face interior curvada criando um efeito de movimento interessante.

Centro Cultural São Paulo

Esta obra - o primeiro grande centro cultural da América Latina - faz parte do epílogo do chamado "Brasil Grande": obras gigantescas patrocinadas pelo crescimento do país durante os anos de chumbo.

Semelhanças


Pra quem passou a infância jogando Mário Kart e sempre escolhia a tartaruguinha Koopa Troopa por ser mais rápida, que andava sumida nos últimos anos, esquecida. Pois bem, aqui está ela! Qualquer semelhança com o Ednei é mera coinscidência.

Edifício Itália

Teatro Municipal

Até aqui a ordem cronológica da viagem vinha sendo seguida, porém algumas tipologias visitadas não haviam sido lembradas. Numa bela tarde em que o moderno havia sido esquecido, o Teatro Municipal foi visitado junto às Estações Júlio Prestes e da Luz, além da Pinacoteca. O local foi idealizado nos moldes dos melhores teatros do mundo para atender a ópera - a primeira forma artística e de lazer típica da burguesia, em virtude do grande número de italianos que viviam em São Paulo. Desde sua inauguração, duas grandes restaurações marcaram as mudanças e renovações do espaço: a primeira aconteceu em 1951 com o arquiteto Tito Raucht, responsável pelos pavimentos para ampliação dos camarins e redução dos camarotes; já o segundo restauro ocorreu de 1986 a 1991, comandado pelo Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, restaurando o prédio e implementando estruturas e equipamentos mais modernos.

Urbanidade

Da janela do ônibus, símbolos e dinâmica da capital do "motor econômico" do Brasil. Em muitos aspectos, a escala metropolitana transforma São Paulo em uma cidade secreta. O acúmulo de informação contribui para esconder algumas virtudes da urbe, tornando-a enigmática.

São Paulo em Trajetos

Percepção em alguns pontos da cidade de São Paulo. Alguns não foram visitados durante a visita e vale mostra-los neste vídeo extraído do You Tube.

MASP

Com estrutura em concreto protendido apoiada em quatro pilares, o vão livre de 74 metros do Masp é palco das maiores manifestações cívicas da cidade. Dali, a vista é maravilhosa, e da sua manutenção surgiu a idéia de apoiar, apenas nas laterais, o belo bruto que com fineza toca o solo.

MASP

O vermelho, o concreto, o balanço, a destreza, a arte, a arquitetura, a necessidade, a perspectiva.

MASP

Ali está ele, na Avenida Paulista, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, com seus 74 metros de vão livre.

Pinacoteca

Com meus óculos do R$ 1,99 em momento de reflexão sobre do projeto de restauração e esclarecimentos acerca do antigo Liceu de Artes e Ofícios. Aqui, no espaço que recebeu uma cobertura em vidro sobre vigas em aço, otimizando a iluminação natural.

Pinacoteca

Acervo permanente, quadro "O Mestiço", de Cândido Portinari, 1934.

Pinacoteca


O projeto de restauração, de Paulo Mendes da Rocha, buscou integrar o antigo com o novo tecnológico. Apesar de ali estarem assentados desde 1887, com projeto do Ramos de Azevedo, os blocos cerâmicos eram escondidos pelo reboco. Com o projeto, estes agora estão expostos, vistosos. Há quem diga que pelo atraso na execução da obra eles assim ficaram. Seria realmente isso?

terça-feira, 17 de março de 2009

Sala São Paulo, Osesp

Ali presenciei pela primeira vez a apresentação de uma orquestra sinfônica. Lidar com o novo, com o classico, com o antigo. A sinestesia, a mistura de sentidos que certamente enriqueceu o meu intelecto. Ainda no intervalo da apresentação me aventurei, como mero estudante e assim também vestido, a tomar um café com uma parcela mínima da sociedade paulistana. Todos de terno, requintados... O Danilo me acompanhou nessa aventura e, acanhado, soltou um "bravo" assim que um dos concertos se encerraram.

A caminho da...


Estação Júlio Prestes

Construída no Estilo Luís XVI, a antiga Estação São Paulo era a principal das muitas pertencentes à Linha Sorocabana, principal fluxo de escoamento do café, em seu ápice na economia brasileira, na primeira metade do século XX. Aqui, detalhe dos arcos da abóboda que cobre a torre que outrora abrigava as classes mais favorecidas. Foi palco de importantes fases da nossa história, como sede do DOPS no regime militar.

Estação Júlio Prestes


Na busca pelo moderno, no caminho havia um neoclássico; havia um neoclássico pelo caminho. Aqui, salão que abrigava a segunda classe.

Edifício Sede do IAB


Prédio que sedia as dependências do IAB e tem abrigado escritórios de importantes arquitetos como Paulo Mendes da Rocha.

Edifício Copan


Diante da grandiosidade, do espetáculo dos quase 180 graus panorâmicos da metrópole, o pobre Ednei tomou posse da coluna, do pilar. Dali não se aventurou nem tomou iniciativas, não deu um ou dois passos infalsos. Seria a altura? Faltou abraça-lo. O mesmo pilar que até hoje se queixa de saudades do garoto que durante exatos 15 minutos com ele manteve relações de afeto e confiança. Como diria o Danilo, se um bárbaro presenciasse uma cena dessas, não hesitaria em atirar, por prazer, o pobre garoto ao vento.

Edifício Copan


A exatos 140 metros de altura e acima dos mais de 5.000 residentes, São Paulo me pareceu pequena. Uma crítica faço, porém, ao estado em que se encontra o revestimento externo, em pastilhas. Diante dos seus 47 anos de existência, muitas se soltaram e todo o revestimento está "impregnado" de fuligem resultante da poluição.

Edifício Copan

A caminhada, não tão longa assim, enfim, nos levou ao Copan. Em planta, a sinuosidade parece contornar e abraçar edifícios que ali constroem o entorno. Olhando assim, o jogo das lajes ao longo de seus 32 andares e 140 metros de altura remetem ou não a uma enorme bandeira do Estado de São Paulo ao vento? No horizonte de quem passa pelas principais vias da cidade, o Copan está sempre presente, mesmo tendo tantos outros obstáculos de visão que concorrem com o edifício. Exerce, com exuberância, o papel de maior edifício residencial do Brasil.

A caminho do Copan

Aqui, apenas uma das muitas paradas. Necessárias para: 1) Atenção às explicações Biianas acerca da rica arquitetura local; 2) Descanso perante à maior caminhada que fiz numa manhã pós noite paulistana!

Praça Victor Civita, antigo incinerador

Estudando um pouco mais o projeto de revitalização, descobri que dali foram retidadas mais de 66 toneladas de resíduos das paredes, fruto dos 40 anos de incineração de lixo hospitalar. Seria o Moisés um mínimo montante do que ali fora incinerado?

Praça Victor Civita

Pôster explicativo da iniciativa sócio-ambiental de transformar uma antiga área de incineração, degradada e esquecida, em local de acolhimento cultural na região central de São Paulo. Para o grupo abril, "política de boa vizinhança". Para nós, estudantes de arquitetura, modelo de recuperação e revitalização de áreas degradadas.

Praça Victor Civita

Falando em sustentabilidade, tal imagem nos mostra o desmatamento identificado na cabeça do Ednei. Pesquisas e imagens via Sony Cyber Shot indicam que o equivalente a 2mm² são desmatados por dia. Ao fundo, Fernando, o ativista!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Praça Victor Civita

Uma pausa nas fotos. Um pouco de movimento em vídeo extraído do site You Tube, onde são apresentados os problemas e propostas de recuperação da antiga área de incineração, através de parceria entre o Grupo Abril e a Prefeitura de São Paulo.

FAU USP




O concreto criticado, o concreto esquecido, o concreto derretido, o concreto martirizado!
Das estalactites surge a crítica. Dali só vejo que os únicos vencidos são os vãos! O concreto supre, forma e transforma inúmeras gerações de arquitetos que por ali passam.

E o lance de fazer cantar os pontos de apoio? Os pilares em “V” + “A” – entendam minha fórmula – nos mostram que o sistema de pilar e vigas não é tão somente aquele sistema tão comumente postulado nas escolas de engenharia e arquitetura.

Por fim, ver o edifício bruto envolto por vegetação tão harmoniosa nos mostra o real significado do contraste na arquitetura.